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A Netflix Resgata ‘Grande Menina, Pequena Mulher’: Reviva a Comédia Romântica Agridoce com Brittany Murphy e Dakota Fanning que Marcou uma Geração!

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Tempo de leitura: 4 minutos

A Netflix surpreende os fãs de comédia romântica ao adicionar ao seu catálogo o clássico “Grande Menina, Pequena Mulher”. O filme, que marcou uma geração, é uma oportunidade perfeita para reviver a performance cativante da saudosa Brittany Murphy ao lado de uma jovem Dakota Fanning.

Lançado originalmente em 2003, este longa-metragem vai além do clichê do gênero, oferecendo uma narrativa agridoce sobre duas almas perdidas que, de formas inesperadas, encontram uma na outra o suporte necessário para navegar pelas complexidades da vida.

É um mergulho em temas como abandono, luto e a dificuldade de crescer, tudo embalado em uma trama que, conforme análise da fonte, nunca teve medo de expor a melancolia sob a fachada de uma comédia urbana.

A Inusitada Dupla: Molly e Ray

A história de “Grande Menina, Pequena Mulher” gira em torno de Molly Gunn, interpretada por Brittany Murphy, uma jovem de 22 anos que vive à sombra da herança de seu pai, um astro do rock falecido precocemente. Molly confunde espontaneidade com irresponsabilidade, transformando o charme em uma espécie de anestesia emocional.

Quando sua fortuna desaparece, ela é forçada a encarar um luto nunca processado, um trauma que vinha mascarando com festas e uma alegria performática, segundo a fonte. Essa reviravolta a leva a um emprego inusitado: babá de uma criança.

Do outro lado, temos Ray Schleine, vivida por Dakota Fanning, uma menina de apenas oito anos que é o oposto de Molly. Extremamente organizada, obcecada por horários e rituais, Ray vive em um apartamento que a fonte descreve como emocionalmente deserto, com a mãe, uma executiva da música, terceirizando sua criação.

Ray não é apenas uma criança difícil, é uma criança que precisou aprender a se autogovernar cedo demais. Seu comportamento compulsivo é um sintoma claro de abandono afetivo crônico, um ponto crucial para a compreensão da profundidade da comédia romântica.

Melancolia Disfarçada de Comédia

O filme acerta ao mostrar que a relação entre Molly e Ray não nasce de uma ternura instantânea. O choque é imediato e a cumplicidade é construída lentamente, no desgaste e no incômodo mútuo. Ambas, a jovem adulta e a menina, utilizam estratégias opostas para lidar com a mesma dor: a ausência de figuras parentais emocionalmente disponíveis.

A narrativa de “Grande Menina, Pequena Mulher” não se propõe a ser apenas uma comédia romântica leve. A fonte ressalta que o filme permite que a melancolia escape pelos cantos, mesmo quando a trama pende para o lado cômico. É um retrato irregular, por vezes desconcertante, de duas pessoas que se recusam a amadurecer da forma socialmente esperada.

Questionando a Medicalização Infantil

Um dos aspectos mais incômodos e relevantes do roteiro, conforme apontado pela fonte, é o tratamento da medicalização infantil. Ray toma remédios para controlar aquilo que ninguém teve tempo de ouvir, levantando uma questão sensível sobre o cuidado com as crianças.

O filme não demoniza a medicina, mas questiona sua função como substituta do afeto e da escuta. A mensagem é clara e pouco confortável: comprimidos podem ajudar a funcionar, mas não necessariamente a viver plenamente. Esse subtexto ganha um peso ainda maior ao lembrarmos da morte prematura de Brittany Murphy, embora o filme jamais explore isso de forma sensacionalista.

Amadurecer é Aprender a Dividir o Peso

Ao longo da trama, Molly e Ray não são “consertadas”, mas sim “deslocadas”. Molly aprende a reconhecer talento e responsabilidade sem abrir mão do prazer, enquanto Ray descobre que o controle absoluto não é garantia contra a perda. A presença de Neal, um músico e interesse amoroso de Molly, funciona mais como um espelho para o crescimento dela do que como uma solução romântica.

“Grande Menina, Pequena Mulher” não almeja ser revolucionário, tampouco exemplar. Seu mérito, de acordo com a fonte, está em defender, sem vergonha, que crescer pode significar apenas aprender a dividir o peso das experiências, e que histórias centradas em mulheres, com suas contradições e afetos imperfeitos, não precisam de desculpas para existir. Uma comédia romântica para rever e refletir na Netflix.

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