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Crise Existencial Adulta com Humor: Como ‘Todo Mundo Ama Jeanne’ na MUBI Redefine a Comédia Francesa e a Busca por Sentido.

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Tempo de leitura: 4 minutos

Descubra como 'Todo Mundo Ama Jeanne' na MUBI utiliza a leveza da comédia para explorar os desafios da vida adulta, o fracasso e a busca por autoconhecimento com um toque de originalidade.

A plataforma MUBI apresenta uma comédia francesa que promete cativar o público com sua abordagem única sobre a crise existencial adulta. O filme, intitulado “Todo Mundo Ama Jeanne”, é uma coprodução entre França e Portugal, marcando a estreia da diretora Céline Devaux em longas-metragens.

Com formação em animação, Devaux incorpora elementos animados que traduzem de forma bem-humorada os pensamentos caóticos da protagonista, Jeanne, interpretada por Blanche Gardin. Essa fusão de técnicas confere ao filme uma gentileza rara e uma originalidade que o diferencia no gênero.

Embora seja naturalmente engraçado, sem recorrer a piadas óbvias, a trama mergulha profundamente no drama de Jeanne, que se vê em um momento de fracasso pessoal e busca por um novo sentido. A narrativa, conforme análise da Revista Bula, é uma experiência deliciosa e leve, inteligente e acessível ao espectador.

A Protagonista em Meio ao Caos da Crise Existencial Adulta

Jeanne, uma mulher na casa dos quarenta anos, solteira e sem emprego, acaba de viver uma vergonha pública. Seu ambicioso projeto de limpeza dos oceanos fracassou espetacularmente, culminando em um vídeo viral dela pulando no mar para tentar salvar um aparelho caríssimo. Falida e desiludida, ela precisa viajar a Lisboa para vender o apartamento de sua mãe, que faleceu há um ano.

O retorno à capital portuguesa é um mergulho no passado, no apartamento onde cresceu, e um reencontro com o fantasma da mãe, que cometeu suicídio. Lidar com essas lembranças, somadas ao seu fracasso pessoal, tem sido um fardo pesado para Jeanne, que enfrenta sintomas de ansiedade, depressão e pânico. A crise existencial adulta de Jeanne é palpável, mas tratada com uma leveza surpreendente.

Reencontros Inesperados e o Caminho para a Aceitação

Em Lisboa, Jeanne não apenas confronta seu passado, mas também reencontra figuras importantes. Vítor, interpretado por Nuno Lopes, é um antigo amor que ressurge em sua vida. Além dele, surge Jean, vivido por Laurent Lafitte, um ex-colega de escola, intrometido e bem-humorado, que confessa ter uma admiração antiga por Jeanne.

Jean se mostra um aliado inesperado, auxiliando-a a desvendar seus sentimentos complexos e aceitar suas dores. A interação entre eles é um dos pontos altos da comédia francesa, trazendo momentos de riso e reflexão sobre as dificuldades de se permitir ser vulnerável e de enfrentar a própria crise existencial adulta.

Drama com um Toque de Leveza Inovador

Apesar do peso dramático da trama, “Todo Mundo Ama Jeanne” consegue manter uma narrativa leve e descontraída. O filme convida o público a rir com Jeanne, em vez de chorar por ela, mesmo diante de sua angústia interna. A protagonista é retratada como uma pessoa durona, que esconde suas fragilidades sob uma armadura quase impenetrável, que só começa a ceder com a insistência de Jean.

As inovadoras animações que expressam os pensamentos de Jeanne criam uma conexão profunda com o espectador, permitindo que se relacione com as emoções da personagem. Essa técnica é crucial para a gentileza rara que o filme exibe, tornando a jornada da personagem mais acessível e empática.

Uma Experiência Cinematográfica para a Geração Atual

A fotografia do filme, com seus ângulos abertos e ambientes coloridos, contrasta com a personalidade sóbria e discreta de Jeanne, reforçando a ideia de que ela se sente deslocada e desconectada do mundo ao seu redor. Essa escolha estética acentua a sensação de uma personagem em busca de seu lugar.

“Todo Mundo Ama Jeanne” é uma obra inteligente que não exige grande esforço do espectador, apenas um pouco de confiança e entrega emocional à história de uma adulta em fase tardia de amadurecimento. Afinal, como destaca a Revista Bula, é assim que muitos millennials se sentem hoje: ainda tentando não fracassar, descobrindo quem são e aprendendo a aceitar a si próprios em meio a uma constante crise existencial adulta.

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