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Hadi Matar, o autor do ataque que quase custou a vida do escritor de origem indiana Salman Rushdie, em 2022, foi condenado nesta sexta-feira a 25 anos de prisão por tentativa de assassinato, informou o tribunal de Mayville no norte do estado de Nova York.
"Hadi Matar foi condenado a 25 anos mais cinco anos em liberdade vigiada por tentativa de assassinato e outros sete anos de prisão e três anos de liberdade vigiada por agressão", penas que serão cumpridas simultaneamente, precisou o tribunal em uma mensagem enviada à AFP.
O jovem americano de origem libanesa foi declarado culpado de tentativa de assassinato e agressão por um júri popular em fevereiro ao término de um julgamento de quase quatro semanas no qual o escritor testemunhou.
O juiz David Foley não alterou a pena à qual ele estava exposto pelos crimes pelos quais foi condenado.
Matar atacou Rushdie em agosto de 2022, durante um evento literário. À época com 24 anos, o agressor invadiu o palco da Chautauqua Institution, localizado na cidade de mesmo nome, a cerca de sete horas de carro de Nova York. Ele usou uma faca de 15 centímetros para desferir cerca de dez golpes no escritor.
O ataque cegou o olho direito do autor, além de ter atingido outras partes da cabeça, o pescoço, o tronco e uma das mãos de Rushdie. O escritor teve o fígado e o intestino perfurados, e passou meses se recuperando de uma cirurgia de emergência.
Rushdie se tornou um alvo do regime do Irã ao publicar "Os Versos Satânicos", nos anos 1980. O romance, que faz um relato ficcional da vida do profeta Maomé, incomodou o líder supremo do Irã, Aiatolá Ruhollah Khomeini, e em 1989 ele emitiu uma fatwa, ou sentença de morte, pedindo a execução de Rushdie e oferecendo US$ 2,5 milhões por sua cabeça.
Após a fatwa, Rushdie viveu recluso em Londres durante cerca de uma década. A ordem foi revogada há mais de 20 anos, porém, e desde então o escritor residiu com certa normalidade em Nova York.
Antes do seu julgamento, Matar disse que só havia lido duas páginas de "Os Versos Satânicos". Mas isso, prosseguiu, tinha sido o suficiente para considerar que Rushdie havia "atacado o Islã".