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Reforma Tributária: Entenda os Novos Regimes de Apuração e Seus Impactos na Contabilidade

Reforma Tributaria Entenda os Novos Regimes de Apuracao e Seus Impactos na Contabilidade

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A reforma tributária brasileira está promovendo profundas mudanças na forma como as empresas apuram seus tributos. Um dos pontos centrais dessa transformação é a introdução dos novos regimes de apuração, que prometem mais simplicidade, segurança jurídica e eficiência. Neste artigo, vamos explorar os principais aspectos desses regimes e o que muda para empresas, contadores e o ambiente de negócios no Brasil.


O que são os regimes de apuração na nova reforma?

Com a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), os regimes de apuração também foram atualizados. Agora, eles se dividem em:

Essa classificação visa garantir que as especificidades de diferentes segmentos econômicos sejam contempladas na legislação tributária.


O Simples Nacional e a opção pelo regime regular

As micro e pequenas empresas continuarão no Simples Nacional, mas agora com uma novidade importante: poderão optar até duas vezes ao ano pelo regime regular da CBS e IBS. Isso permite a geração e aproveitamento de créditos dentro da cadeia produtiva, o que representa um ganho de competitividade.

Essa possibilidade de opção voluntária transforma o Simples em um modelo mais flexível, ampliando as alternativas para planejamento tributário.


O papel estratégico da contabilidade

A figura do contador torna-se ainda mais essencial nesse novo cenário. Além da tradicional função de apuração e declaração, os profissionais da contabilidade agora precisam orientar seus clientes quanto à melhor opção de regime, ao uso correto de créditos e ao impacto tributário nas formações de preço.

Com a consolidação da apuração em um único estabelecimento, há ganhos operacionais, mas também desafios de controle interno. O contador precisa garantir o acompanhamento individualizado das operações para evitar inconsistências fiscais.


Apuração assistida: o que muda na prática?

A grande inovação da reforma é a apuração assistida, modelo em que a Receita Federal passa a ter papel mais ativo. A partir da emissão da nota fiscal eletrônica, os dados passam por uma "calculadora tributária" da própria Receita, que valida as informações e propõe a apuração.

Caso o contribuinte não realize ajustes dentro do prazo, a própria apuração sugerida se transforma em confissão de dívida, gerando o crédito tributário automaticamente.

Esse modelo busca reduzir litígios e erros, promovendo um ambiente de maior conformidade e previsibilidade para todos.


Não cumulatividade plena e exceções

Um dos objetivos da reforma é eliminar a cumulatividade tributária. Assim, a regra é permitir o aproveitamento integral dos créditos, com exceções pontuais, como:

Essas exceções exigem dos contribuintes e contadores um controle ainda mais rigoroso para evitar estornos indevidos e garantir a regularidade das operações.


Condição para aproveitamento do crédito: pagamento efetivo

Para que o crédito seja aproveitado, é obrigatório que o tributo tenha sido recolhido em etapa anterior. Isso pode ocorrer via split payment, pagamento direto pelo adquirente ou pelo próprio fornecedor.

Na prática, isso cria um novo tipo de controle: empresas precisarão monitorar a conformidade de seus fornecedores. Fornecedores que não recolhem corretamente os tributos poderão ser evitados para não comprometer o crédito do adquirente.


Impacto na formação de preços e gestão empresarial

A apuração passa a refletir diretamente na estratégia de precificação. Empresas que concedem créditos passam a ter vantagens competitivas frente àquelas que não geram crédito ao comprador.

Essa mudança exige um planejamento mais refinado, desde a estruturação dos produtos até o uso correto da nova calculadora tributária. É o fim da improvisação fiscal e o início de uma era de gestão mais profissionalizada.


Conclusão: uma nova era de conformidade e eficiência

A reforma tributária inaugura um novo modelo de relacionamento entre fisco e contribuinte. Com apuração assistida, crédito condicionado ao pagamento e integração de sistemas, o foco é promover transparência, justiça fiscal e competitividade.

Para se adaptar, empresas devem investir em contabilidade de qualidade, gestão de dados e planejamento tributário. Mais do que obrigação legal, a conformidade passa a ser diferencial estratégico.

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