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CFP alerta riscos na proposta de uso de inteligência artificial para saúde mental no SUS

CFP alerta riscos na proposta de uso de inteligencia artificial para saude mental no SUS

Tempo de leitura: 3 minutos

Introdução
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) emitiu um nota de posicionamento sobre o programa “e‑Saúde Mental no SUS”, anunciado pelo governo federal. A iniciativa visa usar uma plataforma digital com inteligência artificial (IA) para diagnóstico e suporte no tratamento da saúde mental em atenção primária. Porém, o CFP destaca que esse tipo de proposta demanda muito mais do que tecnologia: exige regulação, ética, participação social e respeito aos profissionais que atuam na saúde mental. A seguir, os principais pontos levantados, desafios e recomendações.

Pontos de atenção levantados pelo CFP

Desafios e recomendações para uma implantação responsável

Desafio Recomendação
Regulação insuficiente de IA na saúde mental Aprovação de softwares pela Anvisa; desenvolvimento de marcos legais específicos; comitês de ética revisando tecnologia e impacto.
Exclusão da participação social Incluir profissionais de psicologia, usuários do sistema de saúde, pesquisadores, sociedade civil nos processos de decisão.
Risco de sobrecarga para profissionais Clarificar papéis: IA como apoio, não substituição; assegurar condições de trabalho, treinamento e supervisão.
Falta de sensibilidade cultural e local Adaptação de soluções tecnológicas às realidades locais (linguagem, cultura, redes de apoio); evitar modelos genéricos que não levem em conta diversidade.

Conclusão

A proposta de usar inteligência artificial para apoiar a saúde mental no SUS pode trazer benefícios, como maior alcance de atendimento e otimização de recursos. No entanto, exige muito mais do que software bem-programado: requer ética, regulação, participação social robusta e valorização dos profissionais de psicologia. O CFP deixa claro que tecnologia só é realmente útil se estiver aliada a políticas que respeitem o ser humano. Antes de implementar, é preciso garantir que o cuidado seja seguro, humano e eficiente.

Que o debate público, técnico e político sobre esse tema seja ampliado — para que qualquer inovação na saúde mental realmente atenda aos direitos, necessidades e dignidade das pessoas.

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