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Arquivos Epstein: Divulgação Adiada Para 2026 Após Descoberta Chocante de Mais de 1 Milhão de Documentos Inéditos!

Sala de arquivo com pilhas de documentos dispersos, destacando o escândalo Epstein e o prazo de divulgação prolongado

Tempo de leitura: 6 minutos

Arquivos Epstein têm divulgação adiada para 2026 após descoberta de mais de 1 milhão de documentos inéditos. Entenda o motivo do adiamento e o impacto.

A aguardada divulgação completa dos documentos relacionados a Jeffrey Epstein, o financista condenado por crimes sexuais, acaba de ganhar um novo capítulo. O prazo para a liberação total dos arquivos, inicialmente fixado para dezembro passado, foi estendido significativamente, com a previsão de que o processo se prolongue até 2026.

Essa extensão ocorre após uma descoberta surpreendente: mais de um milhão de documentos adicionais que podem estar conectados ao caso foram encontrados. A revelação inesperada reacende debates sobre a morosidade e a complexidade na gestão de um dos escândalos mais notórios da história recente.

A decisão do Departamento de Justiça dos EUA gerou indignação entre as vítimas e levantou críticas de parlamentares, que questionam a eficácia da lei de transparência aprovada pelo Congresso, conforme informações divulgadas pela CNN Brasil.

A Descoberta Surpreendente de Mais de Um Milhão de Documentos

A expectativa de que todos os arquivos Epstein fossem tornados públicos até 19 de dezembro foi frustrada por um anúncio feito na véspera do Natal. O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) informou ter descoberto mais de um milhão de documentos adicionais, potencialmente relacionados ao caso, em seus escritórios de Manhattan e no FBI.

Essa vasta quantidade de material exige uma revisão minuciosa, com o DOJ estimando que o processo levará “algumas semanas” para ser concluído. A magnitude da descoberta levanta sérias dúvidas sobre a exaustividade das buscas anteriores e a real capacidade de cumprimento dos prazos estabelecidos.

A lei de transparência, aprovada pelo Congresso com apoio quase unânime, exigia a divulgação de todos os registros de Epstein. A descoberta tardia gerou uma onda de indignação bipartidária no Capitólio e entre a comunidade de sobreviventes, que esperavam uma conclusão mais célere.

James Marsh, advogado de vítimas de Epstein, expressou sua frustração à CNN, afirmando: “Desde o começo, como temos dito, isso foi um desastre.” Ele criticou a lentidão do processo, apesar das promessas de transparência e do tempo disponível para organizar os documentos.

Segundo Marsh, “Eles entraram nessa administração prometendo tornar públicos todos esses documentos logo no primeiro dia. Voltaram atrás. Divulgaram alguns. Tiveram pastas. Tiveram pelo menos um ano para começar a trabalhar nisso.” E continuou: “E não é nenhuma surpresa que isso tenha chegado ao último minuto — e além — para que comecemos a ver um cumprimento real.”

O Que Já Foi Revelado e as Polêmicas Envolvidas

Apesar do novo atraso, o Departamento de Justiça já publicou centenas de milhares de arquivos Epstein em uma seção dedicada de seu site, batizada de “Biblioteca Epstein”. As divulgações iniciais ocorreram a partir de 19 de dezembro.

Novos lotes foram adicionados nos dias seguintes, incluindo cerca de 30 mil páginas em uma única remessa. A “Biblioteca Epstein” está organizada em quatro categorias, abrangendo registros judiciais de mais de 50 processos, documentos da Lei de Liberdade de Informação e links para divulgações do Comitê de Supervisão da Câmara. A principal categoria, “Divulgações do DOJ”, contém o material mais recente e sensível.

Entre as revelações que mais repercutiram, estão uma intimação a Mar-a-Lago de 2021 antes do julgamento de Ghislaine Maxwell, e um e-mail de promotores federais sobre Donald Trump ter voado no jato de Epstein nos anos 1990.

Fotos do ex-presidente Bill Clinton convivendo com o magnata e nadando com Maxwell também vieram à tona. É importante ressaltar que tanto Trump quanto Clinton negam qualquer irregularidade e não foram acusados por crimes em conexão com Epstein. No entanto, a repercussão desses detalhes alimenta o interesse público e a demanda por mais transparência nos arquivos Epstein.

Uma das polêmicas mais notáveis foi a divulgação de uma carta manuscrita, supostamente de “J. Epstein” para o criminoso sexual Larry Nassar, contendo referências obscenas a Trump. O documento viralizou rapidamente.

No entanto, o próprio Departamento de Justiça anunciou, no final do dia, que se tratava de um documento falso. Em resposta a questionamentos sobre a divulgação de material sabidamente falso, o DOJ defendeu-se no X (antigo Twitter), afirmando que a lei exige a liberação de todos os documentos relacionados a Jeffrey Epstein.

A pergunta retórica lançada pelo departamento foi: “Você está sugerindo que a gente viole a lei?”

Críticas e a Luta Pela Transparência Total

Apesar dos esforços do Departamento de Justiça em divulgar os arquivos Epstein, as revelações têm sido alvo de fortes críticas. Vítimas e parlamentares de ambos os partidos apontam que as divulgações são incompletas e excessivamente censuradas, com trechos que expuseram indevidamente a identidade de pelo menos uma vítima.

A demora e a descoberta de um milhão de novos documentos geraram desconfiança. Muitos se perguntam como tantos arquivos puderam ser encontrados apenas um mês após a aprovação da lei e dez meses depois que a procuradora-geral Pam Bondi ordenou ao FBI que entregasse “os arquivos Epstein completos e integrais” ao seu gabinete.

O deputado Ro Khanna, democrata da Califórnia e um dos maiores defensores da divulgação dos arquivos, afirmou à CNN que “os documentos mais importantes estão faltando”. Ele expressou grande interesse na liberação de um rascunho de denúncia com 60 acusações contra Epstein, elaborado em 2007, mas nunca formalizado pelos promotores federais.

Este rascunho de denúncia, juntamente com um memorando de 82 páginas que apoiava a abertura do processo, é considerado crucial para entender as decisões tomadas no caso.

Naquela época, Epstein se declarou culpado na Flórida por acusações estaduais de prostituição e foi condenado a 13 meses, passando parte desse tempo em “liberdade para trabalho”, um arranjo amplamente criticado. Diante da situação, Khanna e o deputado republicano Thomas Massie, coautor da Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, ameaçaram responsabilizar líderes do DOJ por desacato caso não cumpram a lei e divulguem todos os arquivos restantes exigidos.

A luta pela transparência completa dos arquivos Epstein continua intensa, e o público aguarda ansiosamente as próximas revelações.

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