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Pensão alimentícia: quando o pagamento voluntário por muito tempo gera obrigação por prazo indeterminado

Pensao alimenticia quando o pagamento voluntario por muito tempo gera obrigacao por prazo indeterminado

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A recente decisão da Superior Tribunal de Justiça (STJ) trouxe mudanças importantes para quem paga ou recebe pensão alimentícia. Em resumo: mesmo que uma exoneração tenha sido concedida, se o devedor continuou a pagar voluntariamente por longo período, pode surgir obrigação por prazo indeterminado.

Neste artigo, explicamos o que mudou, os termos jurídicos utilizados e quais os impactos práticos disso nos acordos de alimentos.


Pagamento voluntário prolongado e a obrigação por prazo indeterminado

Quando falamos em pensão alimentícia, normalmente a regra é que ela seja temporária — até que o alimentando possa se sustentar. Porém, o STJ entendeu que há situações em que o pagamento voluntário contínuo faz com que a obrigação se mantenha indefinidamente.
Isso porque o devedor, ao continuar pagando mesmo após exoneração, gera expectativa no beneficiário de que os valores seguirão sendo pagos. Essa expectativa se traduz em exigibilidade jurídica.


Supressio e surrectio: entendendo os conceitos jurídicos

Dois termos latinos apareceram com destaque nesta decisão:


O caso concreto do STJ

O processo envolveu um ex‑marido que, após a separação, fez acordo homologado em 1993 para pagamento de pensão e plano de saúde por um ano. Após dois anos, firmaram novo acordo por prazo indeterminado, sem homologação judicial.

Apesar de uma exoneração ter sido concedida em 2018, o ex‑marido continuou pagando por mais de duas décadas. O STJ entendeu que, nessa situação, a obrigação deveria permanecer.


Quando a obrigação por prazo indeterminado se aplica

Alguns cenários chaves para que a obrigação seja mantida indefinidamente:


Impactos práticos e recomendações

Para quem está nesse tipo de situação, vale seguir algumas dicas:


Conclusão

A decisão do STJ mostra que, no direito de família, a estabilidade das expectativas e a boa‑fé objetiva têm peso real – e podem transformar uma obrigação temporária em prazo indeterminado. Por isso, quem firma ou recebe acordo de pensão alimentícia deve estar atento aos efeitos da conduta voluntária prolongada.

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