Imposto sobre CDB: entenda se ele incide no resgate ou na aplicação

Imposto sobre CDB: entenda se ele incide no resgate ou na aplicação

Tempo de leitura: 4 minutos

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um dos investimentos mais populares entre os brasileiros que buscam segurança e rentabilidade superior à poupança. No entanto, uma dúvida comum entre investidores — principalmente iniciantes — é sobre o momento em que o imposto é cobrado: afinal, o tributo incide na aplicação ou no resgate?

Neste artigo, vamos explicar de forma clara e prática como funciona a tributação do CDB, quando o imposto é cobrado, quais são as alíquotas, e como calcular o rendimento líquido do investimento.

📘 O que é o CDB?

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de renda fixa emitido por bancos com o objetivo de captar recursos.
Ao aplicar em um CDB, o investidor empresta dinheiro ao banco, que o utiliza para financiar suas operações de crédito.
Em troca, o banco paga uma remuneração com juros, que podem ser:

Pós-fixados: atrelados ao CDI (ex.: 110% do CDI);

Prefixados: com taxa definida no momento da aplicação (ex.: 12% ao ano);

Híbridos: combinando parte fixa e parte variável (ex.: IPCA + 5%).

🧾 Imposto incide no resgate, não na aplicação

Diferentemente do que muitos imaginam, o imposto de renda sobre CDB não é cobrado no momento da aplicação, mas apenas no resgate (ou no vencimento do título).

Durante o período em que o dinheiro está investido, o rendimento é apurado diariamente, mas o imposto só é efetivamente descontado quando o investidor retira o valor aplicado.
Esse desconto é feito diretamente na fonte — ou seja, o próprio banco recolhe o imposto e repassa à Receita Federal.

🔍 Exemplo prático:

Imagine que você aplicou R$ 10.000,00 em um CDB com prazo de 2 anos e rendimento de 12% ao ano.
Ao final do período, o valor bruto seria de R$ 12.544,00, com um lucro de R$ 2.544,00.

Como o investimento ficou acima de 720 dias, a alíquota do IR será de 15% sobre o rendimento.

Cálculo do imposto:

Rendimento: R$ 2.544,00

IR: 15% x R$ 2.544,00 = R$ 381,60

Valor líquido recebido: R$ 12.162,40

📉 Tabela regressiva do Imposto de Renda sobre CDB

O CDB segue a tabela regressiva de Imposto de Renda, que incentiva investimentos de longo prazo.
Veja como funciona:

Prazo da aplicação Alíquota do IR
Até 180 dias 22,5%
De 181 a 360 dias 20%
De 361 a 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15%

Quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado, menor será o imposto pago.

💡 E o IOF?

Além do IR, o CDB pode sofrer cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) se o resgate for feito antes de 30 dias.

A alíquota do IOF é regressiva, diminuindo a cada dia até chegar a zero no 30º dia.
Portanto, se o investidor resgatar o dinheiro antes desse prazo, parte dos rendimentos será retida.

🏦 Tipos de CDB e impacto na tributação

Todos os tipos de CDB sofrem a mesma tributação de IR e IOF. O que muda é a forma de rentabilidade:

CDB Pós-fixado (CDI): mais comum, acompanha a variação dos juros do mercado.

CDB Prefixado: garante taxa fixa, ideal quando se acredita em queda dos juros.

CDB IPCA+: protege o poder de compra, pois soma a inflação à taxa de juros.

Em todos os casos, o imposto só é cobrado no resgate, independentemente da modalidade escolhida.

📈 Vantagens de deixar o dinheiro aplicado por mais tempo

Manter o investimento por um período maior é vantajoso por dois motivos:

Alíquota menor de imposto: após 720 dias, a tributação cai para 15%.

Juros compostos: quanto mais tempo o dinheiro fica investido, maior o efeito dos juros sobre juros, aumentando o rendimento líquido final.

Assim, o investidor que planeja o longo prazo paga menos imposto e ganha mais.

⚖️ Como declarar CDB no Imposto de Renda

Mesmo com o IR sendo retido na fonte, o investidor deve declarar o CDB na Declaração Anual do Imposto de Renda.

Na ficha “Bens e Direitos”: informar o saldo do investimento em 31/12 do ano anterior.

Na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”: incluir os rendimentos pagos pelo banco.

O informe de rendimentos fornecido pela instituição financeira traz todos os dados necessários para o preenchimento.

🧮 Conclusão

O imposto sobre o CDB incide exclusivamente no momento do resgate ou vencimento, nunca na aplicação.
Essa característica torna o investimento simples e previsível, pois o investidor sabe que o valor aplicado crescerá livremente até o momento de retirada.

Além disso, por seguir a tabela regressiva do Imposto de Renda, o CDB favorece quem investe no longo prazo, reduzindo a carga tributária e aumentando o ganho líquido.

Em resumo:

✅ Não há imposto na aplicação.

✅ O IR é retido na fonte no resgate.

✅ As alíquotas diminuem com o tempo.

Investir em CDB é uma ótima forma de fazer o dinheiro render com segurança, desde que o investidor entenda o prazo, o tipo de rendimento e o impacto da tributação.