Reforma Tributária: Qual o impacto real no bolso do consumidor?

Reforma Tributária: Qual o impacto real no bolso do consumidor?

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O impacto real da Reforma Tributária no bolso do consumidor depende do tipo de produto ou serviço consumido. Com base na EC 132/2023 e na LC 214/2025, eis um panorama:

Reduções e isenções com impacto direto no consumidor

A planilha de Classificação Tributária mostra que diversos itens essenciais terão redução de 100% na alíquota do IBS e da CBS, o que, na prática, significa isenção total. Isso tende a reduzir os preços finais ou, ao menos, evitar aumentos.

Entre os produtos beneficiados:

  • Medicamentos listados pela Anvisa e SUS;

  • Produtos alimentícios da cesta básica (hortifrutis, arroz, feijão, etc.);

  • Dispositivos médicos e de acessibilidade;

  • Absorventes e fraldas;

  • Máquinas e equipamentos industriais (impacto indireto via cadeia produtiva).

Essas isenções estão previstas nos dispositivos da LC 214/2025 (por exemplo, arts. 200.003 a 200.014) e fazem parte da política de neutralidade e justiça tributária prevista no art. 145, § 3º e § 4º da EC 132/2023.

🚨 Tributação integral: o que pode encarecer

Outros bens e serviços continuarão com tributação integral. Isso inclui produtos e serviços que antes tinham incentivos fiscais estaduais ou estavam sujeitos a regimes diferenciados de ICMS/ISS.

Segundo a planilha:

  • Código 1 refere-se à "Tributação integral";

  • Produtos com esse código não terão alívio fiscal e podem sofrer aumento da carga tributária, especialmente em setores que perderão benefícios regionais ou setoriais.

Isso deve impactar, por exemplo:

  • Serviços em geral não beneficiados com regimes especiais;

  • Produtos com carga tributária elevada que não se enquadram nas isenções.

⚖️ Compensações e devoluções

A LC 214/2025 prevê um mecanismo de devolução para pessoas físicas de baixa renda, visando mitigar o impacto regressivo. A efetividade disso dependerá da regulamentação e operação prática do sistema (arts. 353 a 359).


Resumo

  • Produtos essenciais tendem a ficar mais baratos ou manter os preços.

  • Serviços e bens não essenciais podem ficar mais caros.

  • Haverá compensações para pessoas físicas, mas os efeitos reais vão depender da implementação.

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