Situação Financeira: O Principal Fator que Afeta a Saúde Mental dos Brasileiros

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Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Cactus, em colaboração com a AtlasIntel, trouxe à tona uma preocupação crescente sobre a saúde mental no Brasil. O estudo revelou que a situação financeira é o principal fator que afeta a saúde mental dos brasileiros, com 88% dos entrevistados declarando preocupação com suas finanças nas últimas duas semanas.

Panorama da Saúde Mental no Brasil

O relatório, intitulado "Panorama da Saúde Mental", foi divulgado hoje 4 de agosto e contou com a participação de 2.248 respondentes de todas as regiões do país, a partir dos 16 anos. A pesquisa foi realizada entre 19 de janeiro e 20 de fevereiro deste ano.

Principais Grupos Afetados

  • Mulheres: Apresentaram iCASM (Índice Instituto Cactus-Atlas de Saúde Mental) de 600 pontos, 72 pontos abaixo do iCASM para homens.
  • População Trans: iCASM de 445, 193 pontos abaixo dos cisgênero.
  • Homossexuais e Bissexuais: Apresentaram iCASM de 576 e 488, respectivamente, abaixo da média populacional.
  • Jovens até 24 anos: iCASM de 534 pontos, 105 pontos abaixo da média entre as faixas etárias.

iCASM: Uma Ferramenta de Avaliação

O iCASM é calculado em uma escala entre 0 e 1.000 pontos (de péssimo a excelente) e analisa três dimensões: confiança, vitalidade e foco. Essas dimensões refletem a autoestima, a disposição para superar desafios e a habilidade de se concentrar e tomar decisões.

Preocupações e Fatores Associados

  • Situação Financeira: 6 em cada 10 brasileiros relataram preocupação frequente com a situação financeira.
  • Emprego: A população em busca de emprego teve um resultado baixo de 494 no iCASM.
  • Relações Familiares: Pessoas com relações saudáveis com família e amigos tiveram pontuações mais elevadas.
  • Bullying e Dor Crônica: Esses fatores também apareceram como relevantes na pesquisa.

Serviços de Saúde e Gastos

  • Insatisfação com Serviços de Saúde: 41% dos brasileiros afirmam estar insatisfeitos com os serviços de saúde.
  • Gastos com Saúde Mental: 62,1% não tiveram gastos com atendimento em saúde mental nos últimos 12 meses.

Conclusão

O estudo destaca a necessidade urgente de políticas públicas e ações que abordem questões de trabalho, renda e outros fatores como partes fundamentais das políticas de saúde mental. A criação do iCASM também representa um passo significativo na avaliação e monitoramento da saúde mental no Brasil, permitindo uma observação contínua do índice ao longo do tempo. A pesquisa serve como um alerta para a sociedade e o governo, enfatizando a importância de priorizar e olhar atentamente para a saúde mental, especialmente em um momento de incertezas econômicas e desafios sociais.

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