Setor da Educação impulsiona aumento da inflação em fevereiro para 0,84%

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O aumento dos custos educacionais contribuiu com 0,84% da inflação em fevereiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,84% em fevereiro, levando a taxa de inflação acumulada no ano para 1,37%. Nos últimos 12 meses, a taxa de inflação aumentou 5,60%, abaixo dos 5,77% observados no período anterior de 12 meses. Em fevereiro de 2022, a taxa de inflação foi de 1,01%. O setor educacional foi o principal contribuinte para o índice de fevereiro, representando o maior impacto (0,35 p.p.) e registrando a maior variação (6,28%).

Educação

O início do ano acadêmico é marcado por aumentos significativos nos preços do setor educacional, que são refletidos nos índices de inflação de fevereiro. Esses aumentos de preço geralmente estão ligados à taxa de inflação do ano anterior, o que leva ao ajuste das mensalidades. Este ano, os custos educacionais subiram 7,58%, com aumento de 10,06% nas mensalidades da escola primária, seguido por pré-escola (9,58%), ensino médio (10,28%) e creche (7,20%). O aumento das mensalidades da escola primária teve o maior impacto individual no índice do mês, contribuindo com 0,15 p.p. O preço da educação universitária (5,22%), cursos técnicos (4,11%) e cursos de pós-graduação (3,44%) também registrou aumentos significativos.

Outros setores

O setor de Saúde e Cuidados Pessoais aumentou 1,26%, impulsionado principalmente pelo aumento de 2,80% nos itens de higiene pessoal. Os preços de perfumes subiram 7,50%, enquanto os produtos para cuidados com a pele aumentaram 4,54%. O aumento geral do setor de Saúde e Cuidados Pessoais também foi influenciado pelo aumento do preço dos planos de saúde (1,20%), que incorpora frações mensais de planos novos e antigos relacionados ao ciclo de 2022-2023.

O setor de Habitação subiu 0,82%, com os custos de eletricidade residencial representando a maior contribuição (0,05 p.p.). A variação nos preços de eletricidade variou de uma redução de 2,04% em Rio Branco a um aumento de 6,98% em Belo Horizonte, onde as tarifas de transmissão e distribuição foram adicionadas à base de cálculo do ICMS, como ocorreu em Curitiba (5,94%) e Vitória (4,98%). O Supremo Tribunal recentemente tornou essa cobrança adicional aplicável.

O setor de Alimentos e Bebidas teve um leve aumento de 0,16%, com a redução nos custos alimentares domésticos impulsionando a queda. Os preços da carne caíram 1,22%, enquanto os preços da batata (-11,57%) e do tomate (-9,81%) diminuíram após aumentos significativos no mês anterior. O aumento nos preços do leite (4,62%) foi o destaque do setor.

O setor de Vestuário registrou uma queda de 0,24%, com os preços das roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%) conduzindo a redução.

Variações regionais

Todas as regiões tiveram inflação em fevereiro, sendo que o maior aumento foi observado em Curitiba (1,09%), principalmente devido aos aumentos de preço em cursos regulares (5,97%), gasolina (3,37%) e eletricidade residencial (5,94%). Rio Branco teve a menor variação, com aumento de 0,44% e uma queda de 2,04% nos preços de eletricidade residencial.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,77% em fevereiro, em comparação com 0,46% no mês anterior. O INPC aumentou 1,23% este ano e 5,47% nos últimos 12 meses, abaixo dos 5,71% observados no período anterior de 12 meses. Em fevereiro de 2022, o INPC foi de 1,00%.

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Conclusão

Os números de inflação de fevereiro foram impulsionados principalmente pelos crescentes custos educacionais. O setor de saúde e cuidados pessoais também viu um aumento, enquanto os setores de habitação, alimentos e bebidas e vestuário registraram quedas. É importante notar que todas as regiões viram inflação, com o maior aumento observado em Curitiba e o menor em Rio Branco. Resta ver como a inflação irá se desenvolver nos próximos meses e se o setor educacional continuará a ser um importante contribuinte para a taxa geral de inflação.